Desbrave o Brasil em uma jornada sensorial pelos patrimônios naturais, culturais e imateriais da UNESCO. Nesta edição especial da Galeria Visit Brasil, que celebra o ano do país na França, convidamos você a embarcar em uma experiência imersiva por 32 tesouros brasileiros que fazem parte do legado comum da humanidade devido ao seu extraordinário valor universal. São sítios arqueológicos, cidades históricas, parques nacionais, manifestações culturais, conjuntos monumentais e costumes ancestrais retratados em vídeos, fotos e ilustrações por quatro artistas que nos conduzem com o seu olhar criativo por essa viagem de descobertas e cenários tão fascinantes que mais parecem uma obra de arte, esculpida pela natureza ou magistralmente arquitetada pelo homem.
Embarque nesse mosaico de experiências únicas e, ao mesmo tempo, tão diversas. Você vai descobrir que não há lugar como o Brasil!
Nossa incursão começa pelos patrimônios histórico-culturais brasileiros. Uma viagem no tempo que parte de 50 mil anos atrás, no sertão do Piauí, onde centenas de sítios arqueológicos formam o maior parque de pinturas rupestres do mundo. Destes vestígios de um passado remoto, retornamos aos idos do Brasil Colônia (1500-1822), desde a primeira capital, Salvador, até as missões jesuíticas fundadas no Rio Grande do Sul, passando pelos belos casarios das cidades de São Luís, Olinda, São Cristóvão e Goiás.
Seguimos a rota histórica adentrando a região Sudeste para visitar municípios que remontam aos ciclos do ouro e do diamante em Minas Gerais e locais da chamada “Pequena África” no Rio de Janeiro, como o Cais do Valongo, principal porto de entrada de escravos vindos do continente africano.
Nesse mosaico étnico e social que marca a miscigenada cultura brasileira também não podem faltar patrimônios imateriais da humanidade. Da fé religiosa que arrasta multidões durante o Círio de Nazaré, no Pará, às diversas manifestações folclóricas em torno do bumba meu boi maranhense; do ritmo frenético do frevo pernambucano à ginga das rodas de capoeira e de samba na Bahia. Tudo revela um país plural, vibrante, rico em expressões e saberes.
Gigante pela própria natureza, o Brasil é o único país do mundo a reunir seis diferentes biomas. Com mais de 125 mil espécies de animais e 50 mil de plantas, nenhum outro lugar do planeta é tão rico em fauna e flora. Só aqui pode-se fotografar aves raras da Mata Atlântica, avistar onças-pintadas no Pantanal, observar botos no coração da floresta amazônica ou admirar o elegante lobo-guará caminhando livre em trilhas pelo cerrado – a savana brasileira.
Para proteger esse imenso patrimônio natural, que cobre de verde mais da metade do seu território, temos diversas Unidades de Conservação (UCs), que possuem o objetivo de salvaguardar nosso patrimônio natural e proporcionam aos visitantes experiências singulares no turismo de natureza, como os parques nacionais da Chapada dos Veadeiros e das Emas, em Goiás; os complexos de áreas protegidas do Pantanal e da Amazônia Central; e as reservas de Mata Atlântica que se estendem desde a Costa do Descobrimento, na Bahia, até o Paraná, passando por importantes trechos do Espírito Santo e de São Paulo.
Visitá-los é conhecer nossas riquezas, nossos potenciais e também nossas responsabilidades. É mergulhar nos saberes e costumes de povos originários e nas manifestações locais que demandam salvaguarda de seu legado imaterial, como a Arte Kusiwa do Amapá e o tradicional ritual Yaokwa da etnia indígena Enawenê-nawê, no Mato Grosso. É nos reconectar com a nossa própria essência. Afinal, é do conhecimento que nasce o desejo de preservar.
Além de ser líder em biodiversidade, o Brasil é o grande manancial do mundo: detém 12% de toda a água doce e 20% das águas subterrâneas do planeta. O litoral – banhado pelo Oceano Atlântico e pontilhado por milhares de ilhas – também não fica atrás, com uma extensa costa, de 7.491 km, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Sul.
Nesta terceira sala, convidamos para um mergulho profundo e refrescante em nossas águas para contemplar a rica vida marinha que envolve o arquipélago de Fernando de Noronha e a restrita área de preservação do Atol das Rocas, dois importantes santuários ecológicos do litoral nordestino. Já no Sudeste, navegamos pelas belíssimas baías de Paraty e Angra dos Reis, onde comunidades caiçaras, ilhas desertas, morros cobertos pela Mata Atlântica e as intocadas praias de Ilha Grande fazem da região chamada de Costa Verde do Rio de Janeiro um local único do litoral brasileiro.
Pelo interior do país, as águas também dão seu espetáculo, revelando toda a sua força, abundância e resiliência em paisagens surpreendentes. Cachoeiras se espalham por todo o território e dão origem a um dos mais arrebatadores cartões-postais: as Cataratas do Iguaçu. Enquanto suas quedas despencam abruptamente das alturas formando um potente turbilhão no Sul do Brasil, no Nordeste, milhares de lagoas de água cristalina surgem silenciosamente após a época de chuvas em meio aos 1.550 km² de dunas que compõem o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses – um dos cenários mais fascinantes do planeta, onde a sensação é de paz absoluta.
Seja diante do Cristo Redentor ou do paisagismo de Burle Marx, entre tantos outros cenários icônicos emoldurados pelo mar e pelas montanhas cariocas; seja nas curvas geniais de Oscar Niemeyer que se impõem no traçado arquitetônico de Brasília, no Conjunto Moderno da Pampulha, em Belo Horizonte, e em toda a orla de Niterói; ou, ainda, no simples modo de fazer o delicioso queijo de Minas artesanal. O Brasil sempre deslumbra o olhar para muito além de suas paisagens naturais, exaltando a criatividade de nosso povo e aguçando os sentidos com sabores e saberes únicos. Especialmente nas grandes metrópoles, onde vários roteiros cativam o visitante com uma mistura singular de arte, design e gastronomia.
Por isso, celebramos essa viagem pelos patrimônios brasileiros da UNESCO com um pout-pourri do que há de mais inspirador em nossas capitais, do natural ao concreto, do imaterial ao sensorial. Uma jornada de experiências transformadoras, que revela um Brasil autêntico em suas múltiplas faces e incontáveis riquezas. Um legado natural, cultural e imaterial que transcende fronteiras para abraçar toda a humanidade.
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WILDE – THE PLACE
4-6-8 Rue François Miron 75004 Paris
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SALA 1: BRASIL CULTURAL, DO RUPESTRE AO COLONIAL
O traçado das fachadas de nossas construções coloniais, a exuberância de nossas florestas e a riqueza cultural do nosso folclore, entre diversos outros elementos genuinamente brasileiros, ganham movimento e beleza sob o olhar do ilustrador e designer Gabriel Azevedo, de Recife, conhecido por criar estampas exclusivas para marcas renomadas de moda e cosméticos. Misturando técnicas de desenho à mão e ilustração digital, o artista transita por diferentes estilos sem perder o forte senso estético e de composição. O resultado são imagens vibrantes, cheias de luz, cores e vida, como o próprio Brasil.
SALA 2: BRASIL NATURAL, DAS FLORESTAS À SAVANA
Plural e multifacetada como a própria cidade de São Paulo, a prática artística de Aline Bispo percorre desde espaços acadêmicos até o cotidiano das ruas, estampada em prédios e murais. Sua produção investiga temáticas da formação cultural e social brasileira, como miscigenação, gênero, natureza, sincretismos religiosos e étnicos. Engajada a causas sociais, a multiartista visual iniciou sua trajetória em 2008 e, hoje, mantém obras expostas em importantes museus e centros culturais da capital paulista.
SALA 3: BRASIL NATURAL, DO MAR ÀS CACHOEIRAS E LAGOAS
O universo criativo da designer Isabela de Oliveira é constituído pelo que ela cresceu vendo no Rio de Janeiro: a natureza exuberante da união entre mar e floresta, as influências modernistas na arquitetura e o estilo de vida leve e descontraído que tanto faz a fama dos cariocas. Soluções estéticas guiam o seu trabalho, cuja motriz reside na novidade de estilos de ilustração e na possibilidade de recorrer a diferentes linguagens, temas e métodos de criação. O resultado são desenhos coloridos e inusitados – orgânicos, gráficos, geométricos ou pintados – que mantêm sempre um traço bold: característica marcante de sua arte.
SALA 4: BRASIL PAISAGEM, DO NATURAL AO CONCRETO
Paulo nasceu na Bahia, morou em São Paulo e atualmente vive entre França e Bélgica. Texto e imagem sempre fizeram parte de sua vida profissional: ilustrou peças publicitárias de grandes marcas e atuou como jornalista correspondente em importantes veículos de comunicação. Gosta de retratar lugares com os quais tem uma relação emocional, reconstruindo cenas a partir de detalhes que são observados e transformados em registros despretensiosos por meio de um traço muito elegante, puro e delicado.
Há mais de dois séculos, no segundo fim de semana de outubro, o Pará se transforma para um dos maiores eventos religiosos do mundo: o Círio de Nazaré. Os motivos que levam 2,5 milhões de pessoas a disputar cada centímetro quadrado das vias públicas da capital, Belém, são inúmeros: agradecimento a graças alcançadas, pedidos de cura, casa própria, casamento, emprego… Mas um mesmo sentimento une a todos: o de adoração à padroeira da cidade. Vários cortejos são realizados desde a véspera, incluindo uma romaria fluvial e outra de motociclistas. Já a grande procissão rumo à basílica costuma levar de quatro a seis horas, conforme o ritmo dos devotos, que se espremem para segurar um pedacinho da corda (de 400 metros e meia tonelada) que arrasta a berlinda com a imagem de Nossa Senhora, simbolizando um elo entre os fiéis e a Virgem Maria, entre o povo e o divino, em uma comovente demonstração de fé e devoção.
Visitar a Serra da Capivara, no sertão do Piauí, é uma viagem às origens da civilização na América. O cenário inóspito – formado por cânions, vales profundos e formações rochosas espetaculares em meio à Caatinga – manteve preservado o maior conjunto de pinturas rupestres do mundo. São centenas de sítios arqueológicos espalhados por uma área de 130 mil hectares. Alguns vestígios, descobertos somente em 1970, remontam a mais de 50 mil anos atrás e comprovam a existência de grupos culturais distintos, distribuídos em diversas épocas. Também há artefatos de pedra polida, cerâmicas e fósseis milenares de animais, como a preguiça e o tatu gigantes. Os guias do parque ajudam o visitante a compreender as técnicas e os significados dos desenhos em uma incrível jornada de retorno à pré-história. E ainda é possível contratar tours para praticar rapel, escalada ou birdwatching no Circuito Vale Canoas ou fazer uma visita noturna ao Boqueirão da Pedra Furada.
Fundada em 1612 por franceses, que a chamaram Saint Louis em homenagem ao rei Luís XIII, e posteriormente ocupada por holandeses, a cidade foi definitivamente recuperada em 1644 pelos portugueses, que a reconstruíram deixando marcas lusitanas no traçado e na arquitetura, sobretudo com as casas azulejadas que enfeitam o seu adorável centro histórico. Erguido entre os séculos 18 e 19, o casario é um exemplo excepcional de cidade colonial portuguesa adaptada às condições climáticas da América do Sul equatorial, com mais de 4 mil imóveis tombados. Da herança francesa destaca-se o Palácio dos Leões, de estilo neoclássico, atual sede do governo do Estado. Também há experiências que focam o legado cultural dos povos africanos, como o Tour Histórico Cidade Griot – Praia Grande. Uma mistura de influências que faz da capital maranhense referência da diversidade cultural brasileira.
Principal expressão do folclore maranhense, o bumba meu boi envolve diversos bens culturais: dança, música, teatro, indumentárias, artesanato. Sua origem remete à história que os escravos contavam sobre Catirina, uma mulher escravizada que, grávida, manifesta ao marido o desejo de comer a língua de um dos bois do patrão. Para satisfazê-la, ele mata um animal do rebanho, mas o senhor descobre e o obriga a ressuscitar o bicho. Com a ajuda de um pajé, o boi volta à vida e sai dançando. Com elementos europeus, africanos e indígenas, a encenação combina comédia, drama e sátira para representar o ciclo da vida, oferecendo uma metáfora da existência humana. Há centenas de grupos do gênero que se apresentam em 75 municípios maranhenses, especialmente durante as festas de São João, em junho e julho. Para quem quiser mergulhar nesse universo, há um tour em São Luís, chamado Quilombo Urbano da Liberdade, que contempla as tradições do bumba meu boi, do tambor de crioula e do reggae, celebrando toda a pluralidade cultural do Maranhão.
Agraciada com 1.500 construções históricas bem preservadas, entre igrejas barrocas e centenas de ateliês, Olinda ferve no ritmo do frevo, nas noites de seresta no centro histórico e vai à completa ebulição durante o Carnaval, quando 2 milhões de foliões lotam suas ladeiras atrás de trios, blocos de rua, maracatus e dos famosos bonecos gigantes, símbolo máximo da festa no município. Para entrar nesse clima e vislumbrar tudo que a cidade oferece de uma só vez, convém subir até o Alto da Sé. É lá que fica a igreja, de 1537, que mistura diversos estilos entre seus altares banhados a ouro. Mas o que mais chama a atenção são as paisagens banhadas a sol que se avistam do lado de fora, no mirante: um dos panoramas mais bonitos do mar e de Recife, a capital pernambucana.
Do verbo ferver nasceu o frevo, com seu ritmo frenético, que arrasta milhares de foliões pelas ruas de Recife e Olinda durante o Carnaval. Influenciada por marchinhas, balé clássico, maxixe, capoeira e até polca russa, a dança caiu no gosto popular devido à música contagiante e aos figurinos vibrantes, sempre acompanhados de uma sombrinha colorida que contribui na coreografia, auxiliando os dançarinos no equilíbrio e nos passos acrobáticos. Blocos de Carnaval tradicionais, como o Galo da Madrugada e o Clube Vassourinhas, se encarregam de manter a efervescência do frevo, que pode ser do tipo canção (orquestrado), de bloco (cantado) ou de rua (embalado somente por instrumentos musicais). Para conhecer toda a história deste patrimônio imaterial da humanidade, há o Paço do Frevo e tours culturais na capital, como o Rolé Zona Sul + Centro Histórico do Recife, que proporciona uma incrível viagem pelo universo da mais típica dança pernambucana.
Declarada primeira capital do Brasil em 1549, Salvador é uma experiência sensorial. Os casarões coloridos do Pelourinho, o batuque contagiante do Olodum, a ginga da capoeira, os romances de Jorge Amado, o sabor do acarajé, a fé que transborda das igrejas aos terreiros em um expressão singular de sincretismo religioso… Vários ícones da cultura soteropolitana instigam os sentidos e inspiram quem os vivencia. A maior parte concentra-se no centro histórico, com seus 800 casarões, erguidos entre os séculos 17 e 19, que hoje abrigam ateliês, lojas, museus, bares e pousadas. Na capital brasileira com maior percentual de negros, também não faltam roteiros que exaltam o legado afro, como o Aula de Culinária Baiana e o Caminho dos Orixás, que inclui visitas a projetos sociais, terreiros e outros pontos turísticos da cidade. Depois de tantas experiências transformadoras, fica fácil perceber que o mais bonito de Salvador está no que se sente.
Das festas de terreiro da região do Recôncavo Baiano nasceu, em 1860, um dos maiores símbolos da cultura brasileira: o samba de roda. Tradicional em todo o Estado da Bahia, esse patrimônio imaterial da humanidade que mistura música, dança e poesia serviu de matriz para o surgimento do samba urbano carioca. Posteriormente, passou a incorporar costumes dos africanos escravizados, como o culto aos orixás e caboclos, a capoeira e a chamada comida de azeite. Da cultura lusitana, por sua vez, herdou o som do violão, do pandeiro e a própria língua falada nas canções. Na sua forma contemporânea, está presente em obras de compositores baianos como Dorival Caymmi, Caetano Veloso e o ícone da Bossa Nova João Gilberto, além dos sambistas fluminenses Zeca Pagodinho e Martinho da Vila, que já colocaram muita gente para dançar o miudinho – passo mais tradicional do gênero.
A capoeira nasceu na África como luta, mas foi no Brasil que agregou elementos de jogo e dança, tornando-se um dos maiores símbolos da cultura afro-brasileira. Essa adaptação surgiu no século 18, quando os escravos buscavam esconder dos senhores seus treinos de combate, disfarçando com movimentos de dança a acrobacia ao som de berimbaus, pandeiros e atabaques. Hoje, para democratizá-la ainda mais, alguns centros de capoeira da Cidade Alta em Salvador permitem capoeiristas visitantes em suas rodas e até fazem apresentações em ruas e praças públicas. Também há um roteiro turístico, chamado Bahia Negra: um mergulho na cultura afro, que começa com uma oficina de percussão, segue para um encontro com um mestre de capoeira e termina na Feira de São Joaquim, a mais tradicional da capital baiana.
Quarta cidade mais antiga do Brasil, fundada em 1590 para proteger o litoral brasileiro, e primeira capital do Sergipe, São Cristóvão foi praticamente destruída durante a invasão holandesa, mas se reergueu. Hoje, abriga em seu centro histórico o conjunto arquitetônico e urbanístico da Praça de São Francisco. Trata-se de um legado único e representativo da mescla de princípios ordenadores do planejamento urbano português e espanhol do século 17, período em que os dois países foram governados pela mesma coroa. Embora pertença à Região Metropolitana de Aracaju, seu status de patrimônio cultural da humanidade ajuda a proteger São Cristóvão da pressão imobiliária e a preservar conhecimentos e práticas tradicionais, como a produção da renda irlandesa e as danças das Caceteiras, do Reisado e da Chegança, que retratam a miscigenação cultural de suas origens.
Caminhar entre os casarões coloniais do centro histórico de Goiás é como voltar aos tempos áureos em que a cidade, então conhecida como Vila Boa de Goiás, floresceu durante o Ciclo do Ouro no século 18. Para conhecer suas igrejinhas e experimentar os deliciosos doces goianos, o ideal é andar a pé, sem pressa, por suas charmosas ruas de pedra, que viram palco da comovente Procissão do Fogaréu durante a Semana Santa. Mas é a poesia de Cora Coralina o que mais inspira turistas e moradores, e foi também o que mais contribuiu para a preservação do casario colonial antes do seu tombamento. Tanto que os singelos versos do poema Minha Cidade abriram o dossiê de candidatura do município ao título de patrimônio da UNESCO. Eles diziam: “Goiás, minha cidade… Eu sou aquela amorosa de tuas ruas estreitas, curtas, indecisas, entrando, saindo uma das outras. Eu sou aquela menina feia da ponte da Lapa. Eu sou Aninha. Eu sou aquela mulher que ficou velha, esquecida, nos teus larguinhos e nos teus becos tristes, contando estórias, fazendo adivinhação. Cantando teu passado. Cantando teu futuro”.
Patrimônio a céu aberto, Ouro Preto guarda um tesouro arquitetônico e artístico inigualável. Protegida pelas montanhas, a outrora Vila Rica, antiga capital de Minas Gerais, prosperou com a exploração de ouro nos séculos 17 e 18. Ruas de pedra, casas austeras e igrejas cujas fachadas simples escondem o luxo de obras de arte e altares banhados pelo valioso metal fazem o visitante viajar no tempo e admirar os ideais de liberdade da Inconfidência Mineira – um dos primeiros movimentos de independência da história do País, influenciado pelo Iluminismo francês. Histórias à parte, a cidade também revela sua veia artística em ateliês, lojas de joias, feiras de artesanato e na variada programação de eventos, que contempla desde cinema, jazz e literatura até as celebrações da Semana Santa e o famoso Carnaval de rua. Características que tornam seu legado cultural ainda mais rico.
Esta preciosidade do século 18 faz da cidade de Congonhas do Campo um ponto de parada fundamental para quem visita o Circuito Histórico de Minas Gerais. Obra-prima do barroco brasileiro, o templo foi construído a partir de 1757 combinando elementos de dois santuários do norte de Portugal. Já a basílica tem interior de inspiração italiana, em estilo rococó. Mas seus destaques ficam do lado de fora. A começar pelo adro, que reúne esculturas em pedra-sabão dos 12 profetas, minuciosamente esculpidas pelo gênio Aleijadinho e seus discípulos entre 1800 e 1805. Eles também talharam – e Mestre Ataíde policromou – as 66 estátuas de cedro, em tamanho natural, que representam os passos da Paixão de Cristo nas seis capelas erguidas diante do santuário: uma versão expressiva e absolutamente original da arte barroca.
A mineira Diamantina é um exemplo vivo de arquitetura colonial portuguesa adaptada aos trópicos e combinada a elementos populares em casarios com muxarabis, janelas com treliças, esquadrias coloridas e varandas. Como o próprio nome sugere, seu passado está intrinsecamente ligado à exploração de ouro e diamantes. Hoje, a cidade conta com muitas construções preservadas em seu centro histórico e barzinhos que lotam de universitários. A melhor forma de conhecer seus becos e suas vielas é caminhando. Só assim o turista consegue parar em cada esquina para comprar souvenirs, visitar igrejas barrocas, ouvir música de fanfarra e participar de uma seresta ou roda de violão. Já quem decide pular o Carnaval por lá precisa de preparo físico: são cinco dias de folia ininterrupta em meio aos casarões antigos.
A mais bem preservada missão jesuítica do Brasil, no noroeste do Rio Grande do Sul, conta uma parte importante da história da colonização das Américas. Ali se instalaram, durante os séculos 17 e 18, religiosos da Companhia de Jesus autorizados pelos reis da Espanha e de Portugal a catequizar os índios guarani. No seu apogeu, os aldeamentos eram verdadeiras cidades com milhares de indígenas. Após a Guerra Guaranítica e a expulsão dos jesuítas, esses povoados entraram em decadência. Hoje, restam ruínas de quatro das sete reduções gaúchas. A mais conservada – e única tombada pela UNESCO – é a de São Miguel Arcanjo, no município de São Miguel das Missões, que guarda vestígios de uma grandiosa catedral barroca, e a emblemática Cruz Missioneira, esculpida em arenito. Todas as noites, a saga das Missões é narrada ali em um lindo espetáculo de luz e som.
Durante os mais de três séculos de tráfico negreiro, o Brasil recebeu quase 4 milhões de africanos escravizados. Destes, cerca de 1 milhão desembarcaram pelo Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, ao longo de 40 anos, o que o tornou o maior ponto receptor de escravos do mundo. Construído em 1811 com o objetivo de retirar o comércio de pessoas da antiga Rua Direita (principal via da cidade nos tempos do Império), o local é símbolo da resistência negra no País, transformando-se em monumento preservado e aberto à visitação pública. Hoje, o local integra o Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana, que estabelece marcos da cultura afro-brasileira na cidade e que podem ser visitados no tour Uma experiência imersiva na Pequena África, com direito a roda de samba na Pedra do Sal e almoço inspirado nas comidas de terreiro.
Tudo na Amazônia é grandioso. A começar pelo próprio território, de quase 8 milhões de km², metade deles pertencente ao Brasil. Para proteger parte desse imenso patrimônio natural, foi criado, em 2000, o Complexo de Conservação da Amazônia Central, uma área de 57 mil km² formada pelos parques nacionais do Jaú e de Anavilhanas e pelas reservas de desenvolvimento sustentável Mamirauá e Amanã, no Estado do Amazonas. Trata-se de uma das regiões mais ricas do planeta em biodiversidade, com 120 espécies de mamíferos, 411 de aves e 320 de peixes. Os rios formam praias de areia branca na estação seca e inundam a floresta na época de chuva. Mas há passeios que podem ser feitos em qualquer época, como observar botos em flutuantes e participar de oficinas de artesanato indígena no Roteiro Anavilhanas, descobrir sítios arqueológicos ou fazer uma Imersão Indígena no Rio Negro com incursões pela selva para avistar animais, aprender sobre plantas medicinais e conhecer os costumes da comunidade. Experiências que inspiram à preservação.
Muito mais que uma técnica de pintura ou grafismo original, a arte Kusiwa constitui um sistema de comunicação e linguagem gráfica que remete à cosmologia e visão de universo da etnia indígena Wajãpi, no Amapá, além de um conhecimento específico sobre a vida em comunidade, a criação da humanidade e seus diversos mitos. Os desenhos podem ser feitos no corpo humano, mas também em cestos, cuias, tecidos e peças de madeira. Já os padrões, carregados de significados e simbolismo, representam animais, partes do corpo ou objetos. Para a elaboração das tintas, são usadas sementes de urucum, suco de jenipapo, resinas aromáticas e até gordura de macaco. Um patrimônio imaterial que extrapola seu lugar de arte gráfica, refletindo a maneira única dos Wajãpi de perceber, compreender e interagir com o mundo.
Com os remanescentes mais preservados de Mata Atlântica do Nordeste do Brasil, a Costa do Descobrimento estende-se por 12 municípios do sul da Bahia e quatro no norte do Espírito Santo, totalizando 1.120 km² de vegetação protegida por oito reservas divididas em duas áreas separadas. Além de abrigar belas paisagens à beira-mar e um valioso patrimônio histórico, esse trecho apresenta características geológicas diferenciadas e uma rica biodiversidade, que mistura endemismos regionais de florestas Atlântica e Amazônica, sobretudo de aves e plantas, sugerindo que possam ter existido galerias de conexão entre ambas. Roteiros turísticos, como o Recife de Fora Vip e o Cicloviagem pelo Mundo Rural na Terra Mãe do Brasil, permitem mergulhar em recifes e nas tradições locais, visitando aldeias indígenas e desbravando a natureza exuberante de Porto Seguro (BA) e seus distritos. Uma região que surpreende a cada descoberta.
Quinhentos anos atrás, a Mata Atlântica se estendia por 17 Estados brasileiros e cobria cerca de 1,3 milhão de km², área equivalente a 15% do território nacional. A extração desordenada do pau-brasil durante a fase de colonização e a posterior degradação ambiental acelerada pela expansão urbana e agrícola, no entanto, reduziram esse bioma drasticamente. Hoje, sua extensão não passa de 12,4% da cobertura de vegetação original. Ainda assim, é uma das florestas mais biodiversas do mundo, com 20 mil tipos de plantas e muitas espécies endêmicas de animais, como o mico-leão-dourado. Entre o mar e as montanhas, os trechos de Mata Atlântica que vão da Costa Verde, no litoral sul do Rio de Janeiro, à Ilha do Mel, em Paranaguá, na costa norte do Paraná, passando pela Serra da Juréia, em São Paulo, reúnem belíssimas paisagens e têm um importante valor étnico e cultural, com dezenas de sítios arqueológicos e a primeira cidade brasileira, São Vicente (SP), fundada em 1532.
Cerca de mil quilômetros separam os parques nacionais da Chapada dos Veadeiros e das Emas, em Goiás. Apesar da distância, essas duas reservas se unem no mesmo propósito: proteger o Cerrado, segundo maior bioma da América do Sul. Também conhecida como savana brasileira, sua vegetação é referência em resiliência e biodiversidade. Por milênios, esses locais têm servido de refúgio para várias espécies e preservado algumas das paisagens mais lindas do coração do Brasil, formadas por platôs, cachoeiras, campos de buritis, nascentes e cristais que parecem brotar do chão em toda parte. Agências de turismo oferecem roteiros que permitem imergir nesse universo fascinante percorrendo comunidades e trilhas com imponentes quedas d’água (Visita ao Quilombo Kalunga e Cachoeira Santa Bárbara), observando estrelas (Tour Astronômico no Observatório Bellatrix) e conhecendo um pouco da arte, da pajelança e da gastronomia local (Experiência Multiétnica).
Na maior planície inundável do mundo, quem manda é a natureza. Todo pantaneiro logo aprende a compreender seus recados e respeitar os limites de convivência com as mais de mil espécies de fauna que habitam a região. Mas tanto os homens quanto os animais subjugam-se a uma força maior: a das águas. São elas que ditam o ritmo da vida nesta região, que abrange boa parte dos Estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Também são elas que definem o que o turista vai ver ou deixar de ver. Entre outubro e março, os rios se enchem, alagando tudo gradualmente. Em abril, começa a vazante: as águas vão baixando, o calor dá uma trégua e formam-se baías cheias de peixes. Já no período de julho a setembro, a seca revela ao máximo o esplendor da fauna. É o momento certo para avistar jacarés, capivaras, macacos e pássaros como o tuiuiú, símbolo local, em roteiros de birdwatching, safári e cavalgada pantaneira por um dos ecossistemas mais ricos do planeta em vida silvestre, com destaque para a Expedição Onça-Pintada e o cruzeiro fluvial Pantanal River Cruise.
Listado pela UNESCO como um patrimônio imaterial que requer medidas urgentes de salvaguarda, o Ritual Yaokwa é a principal cerimônia dos Enawenê Nawê, povo indígena que viveu isolado do mundo, no noroeste do Estado de Mato Grosso, até 1974. Com duração de sete meses, o rito estabelece o início do calendário anual Enawenê. Começa em janeiro, com a colheita da mandioca e a coleta de matérias-primas, como cascas de árvore e cipó, para a construção do mafa – corpo central das armadilhas de pesca. Neste período, realizam-se as primeiras oferendas de alimentos, cânticos e danças. Depois, os homens partem para a pesca coletiva de barragem. O ritual estende-se durante o período de seca, marcado por interações com os Yakairiti, seres do mundo subterrâneo condenados a viver com uma fome insaciável e que precisariam dos nativos dessa etnia para satisfazer o desejo voraz por sal vegetal, peixe e outros alimentos. Uma tradição única, que precisa ser preservada para salvaguardar a identidade, o modo de viver e a própria existência do povo Enawenê Nawê, atualmente estimado em cerca de mil indivíduos.
Quando o pai da aviação, Santos Dumont, passou pelo oeste do Paraná, em 1916, ficou tão extasiado com as quedas do Rio Iguaçu que procurou as autoridades para sugerir a desapropriação das terras. Afinal, aquele espetáculo da natureza merecia ser contemplado por todos. Deu certo. Com 1,8 milhão de visitantes em 2024, a reserva é hoje um dos destinos brasileiros que mais atraem estrangeiros, sempre ávidos por fotografar seu maior cartão-postal: as Cataratas do Iguaçu, conjunto de 275 quedas d’água que despencam do alto de um cânion. Apenas 0,3% de sua área verde está aberta à visitação. Mesmo assim, há muito que fazer por lá. Além de navegar nos botes do Macuco Safári até bem perto das cachoeiras ou sentir seus respingos em cima das passarelas, o turista pode percorrer trilhas na Lua Cheia; praticar caiaque, stand up paddle e birdwatching no roteiro Nature Experience; fazer exercícios bioenergéticos na experiência Banho de Floresta no Parque Nacional do Iguaçu ou participar de uma imersão na cosmogênese guarani se a escolha for pelo tour Cosmos Iguassu. Tudo em meio ao magnífico cenário de uma das Sete Maravilhas Naturais do Mundo.
Dificilmente alguém encontra uma lista de praias mais bonitas do mundo sem a presença de Fernando de Noronha entre as top ten. Além da famosa Praia do Sancho e da Baía dos Porcos, o arquipélago mais desejado do Brasil, localizado a cerca de 350 km da costa nordestina, ostenta pelo menos outras 14 faixas de areia deslumbrantes, cujas belezas são preservadas com o máximo de cuidado. Em meio a esse cenário paradisíaco, o turista pode se deparar com tartarugas marinhas em um mergulho recreativo dentro do Parque Nacional Marinho, remar lado a lado com golfinhos, aventurar-se na Trilha Atalaia Pontinha Caieira, surfar, contemplar o nascer do sol em uma experiência com canoa havaiana e, no final do dia, relaxar com uma massagem ao ar livre na opção Presença Viva. Já no Atol das Rocas (único do Atlântico Sul), 80 milhas adiante, a visitação é proibida. Apenas pesquisadores autorizados podem desembarcar nesta reserva biológica, considerada uma das mais importantes áreas para a reprodução de aves marinhas do Brasil e abrigo para uma infinidade de espécies aquáticas.
Não há cenário mais curioso no Brasil. Parece um deserto de areia fofa, mas com abundância de chuva em parte do ano e milhares de lagoas de água cristalina, em tons que variam do verde-esmeralda ao azul, criando uma paisagem incrível e única no mundo. Com dunas de até 40 metros de altura, a região se estende da baía da Ilha de São Luís até a barra do Rio Preguiças, no Maranhão, cobrindo – como um imenso lençol desalinhado sobre a cama – uma área equivalente à da cidade de Londres. O turismo acontece, sobretudo, entre os meses de maio e julho, quando as lagoas estão cheias. Com acesso por Barreirinhas somente em veículos 4X4, os visitantes apreciam a paz que a paisagem com dunas e lagoas a perder de vista propicia, escutando apenas a brisa do vento que movimenta as areias brancas. Para quem quer ter uma visão de cima, pode-se sobrevoar a área em aviões monomotores. O local sempre proporciona experiências espetaculares, como um piquenique ao pôr do sol no alto das dunas ou uma expedição noturna para observar o fenômeno dos plânctons luminosos, que parecem néons acesos na água das lagoas.
Contornado pela exuberante Mata Atlântica, o litoral sul do Estado do Rio de Janeiro guarda duas joias da natureza cheias de histórias para contar. Uma delas é Paraty, cujo centro histórico concentra um casario colonial, muito bem conservado, dos séculos 17 e 18, onde funcionam cafés, restaurantes, lojinhas e ateliês. Com calçamento de pedra, as ruas são exclusivas dos pedestres. Para descobrir as ilhas e reentrâncias como o Saco do Mamanguá, conhecido como o único fiorde tropical do Brasil, o melhor é ir ao cais e contratar os barcos coloridos de antigos pescadores. Também é possível mergulhar no verde da vegetação percorrendo trilhas com cachoeiras, alambiques e comunidades caiçaras ou optando pelo roteiro turístico Fazenda Bananal: Imersão na floresta, cultura, história e gastronomia de Paraty. Já no município de Angra dos Reis, a Ilha Grande se destaca pela atmosfera rústica, sem prédios, caixas eletrônicos ou carros. Característica que contribui para manter sua natureza preservada e algumas praias praticamente intocadas, com acesso somente por barco ou por trilhas em meio à mata. Uma excelente aventura pela Costa Verde do Estado do Rio de Janeiro.
Planejada por Lúcio Costa, a região central do país foi projetada com o formato de um avião. Ornamentada com o traçado inconfundível do gênio Oscar Niemeyer, a capital do Brasil é um dos marcos da arquitetura mais respeitados do planeta – e o primeiro conjunto urbano do século 20 a ser reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO. Com prédios que conectam traços ousados a jardins exuberantes e fachadas monumentais, a cidade é apontada por paisagistas, designers e artistas como um museu a céu aberto. Além de render belas fotos panorâmicas, é possível imergir na rotina e conhecer por dentro os edifícios públicos mais importantes de Brasília, a exemplo da Presidência da República, da Justiça Federal e do Itamaraty, repleto de obras de arte. Também há o Bike Tour das Quatro Escalas de Lúcio, que permite descobrir tudo pedalando por suas ruas planas, em meio ao cenário que move o dia a dia político e econômico da nação.
Não foi só em Brasília que o arquiteto e urbanista Oscar Niemeyer deixou registrada toda a sua genialidade. Na capital do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, o Conjunto Moderno da Pampulha foi descrito pela UNESCO como uma obra-prima do gênio criativo humano. Projetado nos anos 1940 ao redor da lagoa de mesmo nome, o complexo tem 18 km de extensão e paisagismo assinado por outro ícone brasileiro: Burle Marx.. O resultado é uma obra de arte completa, que integra as peças artísticas aos edifícios e estes à paisagem. Entre as suas modernas construções, destacam-se a fachada sinuosa da Igreja de São Francisco de Assis, com um painel de azulejos pintados por Cândido Portinari sob assistência de Athos Bulcão; o acervo do Museu de Arte da Pampulha; a Casa do Baile e o Iate Tênis Clube. Para quem não quiser ficar só na contemplação, há um tour, chamado Pampulha: Beagá para todos os sentidos, que propõe conectar os visitantes às tradições gastronômicas da região, com direito a um piquenique farto em especialidades mineiras.
Reconhecido em 2024 como Patrimônio Imaterial da Humanidade, o queijo artesanal de Minas Gerais tem um modo próprio de ser feito, expresso na forma de manipulação do leite, dos coalhos e das massas, na prensagem, na cura e até no comércio. Produzida há mais de três séculos com leite cru, a iguaria é toda preparada de forma manual. Características que refletem o cuidado do povo mineiro com relação à natureza, o estilo de vida dos produtores e o compromisso com a preservação de seus sabores e saberes. Para provar e conhecer suas peculiaridades, há roteiros que contemplam diversas regiões do Estado, como o Tour do Queijo Terroir Vertentes, que passa pelo berço histórico desse tipo de queijo. Já na capital, Belo Horizonte, pode-se participar da experiência Da Roça à Mesa, que inclui um jantar harmonizado, e do tour Minas é Muitas – Passeio Gastronômico nos Mercados de BH, que prevê visitas tanto ao Mercado Central quanto ao Mercado Novo, espaço que passou por uma revitalização e se transformou em um centro multicultural, com gastronomia, arte, moda e economia criativa, onde se pode experimentar ingredientes locais e degustar várias delícias típicas.
O icônico desenho ondulado em preto-e-branco que dá vida e movimento ao calçadão de Copacabana é obra de Roberto Burle Marx. Mas está longe de ser o único legado desse gênio responsável por introduzir o paisagismo modernista no Brasil. Pioneiro em priorizar plantas nativas nos projetos, seu trabalho tornou-se referência mundial no design de jardins tropicais no século 20. Para tanto, ele empreendia expedições pelos biomas brasileiros e sempre descobria novas espécies – mais de 30 levam o nome dele. Em seu sítio no Rio de Janeiro, ele aclimatava as plantas e dava asas à sua criatividade também como artista plástico. Hoje, o local abriga mais de 3,5 mil variedades botânicas e 3 mil obras de arte de sua autoria em uma área de 400 mil m². Trata-se de uma das mais importantes coleções de plantas tropicais do mundo, cultivada em belíssimos jardins e viveiros ao ar livre que podem ser visitados em tours mediados por educadores.
O Rio de Janeiro foi a primeira área urbana do mundo a receber da UNESCO o título de Paisagem Cultural. E não é para menos. Em um cenário único, emoldurado por mar, montanhas e floresta, a cidade foi e é palco de importantes acontecimentos da história do Brasil, sendo um exemplo singular de interação entre cultura e natureza. Quem chega de avião, logo vislumbra o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, o Maracanã e outros cartões-postais. Mas é ao colocar os pés em terra firme que se entra, de fato, no clima carioca. Com atrações de dia e de noite, a cidade tem lindas praias – onde se pode realmente conhecer o inigualável lifestyle praiano do brasileiro –, baladas animadas, museus e botecos que nunca saem de moda. E ainda oferece experiências inesquecíveis, como ver o amanhecer no Parque Bondinho; percorrer o Circuito das Cachoeiras do Parque Nacional da Tijuca; aprender a sambar em uma incursão pelos Bastidores do Carnaval do Rio na Cidade do Samba; participar da Experiência Gastronômica Solidária no Refettorio Gastromotiva ou se exercitar no tour Stand Up: Nascer do Sol em Copacabana. Seja qual for sua aspiração, você sempre encontrará um Rio cheio de bossa e de braços abertos para toda a humanidade!